Florânia
“A cidade das Flores”
Cosme de
Abreu Maciel foi quem primeiro se instalou na região, entre 1754 e 1756, ao
conseguir Datas de Sesmaria abrangendo as áreas de Patacorô, Maçaritâ, Riacho
da Luiza, Rossauburú e Periquito. De acordo com o livro “Nomes da Terra” de
Câmara Cascudo, já em 1726 Cosme de Abreu se dizia dono dos Sítios Riacho da
Luiza, Maçaritã, Periquito e Patacurá, legalizados no mesmo ano. Cosme de Abreu
também possuía casas, currais e cercados de plantio nas áreas de Passaribú e
Riacho do Fechado.
Mas, apesar
da presença de Cosme de Abreu na área, foi Atanásio Fernandes de Morais, com
seus descendentes, quem realmente fundou a povoação. No ano de 1856 uma
epidemia da Cólera Morbus se espalhou pela região, atacando para valer. Receoso
com o avanço da epidemia, o velho Atanásio fez voto de fé, prometendo construir
uma capela para São Sebastião se os moradores da localidade escapassem da
terrível doença. Atanásio morreu em 1860, não conseguindo cumprir com o voto,
mas sua viúva e seus filhos levaram a promessa adiante e em 1865, com a
presença do Padre José Antonio de Maria Ibiapina, foi iniciada a construção da
capela, e sua inauguração aconteceu com celebração da primeira missa pelo Padre
Idalino Fernandes de Sousa, no dia 25 de dezembro do mesmo ano.
Em 1865, a
localidade que se chamava inicialmente Roça do Urubu, mudou o nome para Flores
de Vossurubú, e em agosto de 1873 passou a se chamar Povoado de Flores.
O nome
Povoado de Flores, segundo o historiador Manoel Dantas, está relacionado
diretamente com a paisagem de várzeas cobertas de mofumbais e suas flores
perfumadas que, em conjunto com outras plantas, fazem um grande lençol de
verdura numa linda policromia. Por esse tipo de beleza que apenas a natureza
tem condições de proporcionar é que o nome Flores foi dado ao povoado e
posteriormente ao município.
O município
de Flores foi criado pelo Decreto N° 62, de 20 de outubro de 1890, assinado
pelo Governador Provisório, Dr. Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, e seu
território foi imediatamente desmembrado de Acari, com a instalação ocorrendo
em 24 de janeiro de 1891. No dia 30 de dezembro de 1943, pela Lei n° 268,
sancionada pelo Interventor Federal, General Antônio Fernandes Dantas, o
município de Flores passou a se chamar Florânia.
O município
de Florânia está localizado na Região Seridó do Estado, a 216 quilômetros de
Distância da capital, na altitude de 315 metros, contando com uma área 507,6
quilômetros quadrados de extensão territorial, onde residem 8.930 pessoas,
sendo 6.251 na zona urbana e 2.679 no setor rural. Florânia limita-se com
Santana do Matos, Jucurutu, Cruzeta, São Vicente e Tenente Laurentino Cruz.
A economia é
baseada na agricultura, pecuária, e produção de mel de abelha. O artesanto
local apresenta trabalhos de pinturas em vasos ornamentais de argila; tecelagem
em teares movidos a pedais ( com destaque para a confecção de redes de dormir
), bordados à mão, bolsas de palha, e cesta de cipó. O abastecimento d’água é
feito através da Adutora Serra de Santana, com captação na Barragem Armando
Ribeiro Gonçalves.
O turismo e
a história da terra são representados pelo Santuário de Nossa Senhora das
Graças localizado no Monte das Graças, oferecendo uma extraordinária paisagem;
pela Capela de José Leão Localizada a 2 quilômetros do setor urbano; e pelas
inscrições rupestres nos Lajedos da Cachoeira do Capim Açu. O município tem
ainda a mostrar a imponência da Serra da Garganta, um dos pontos mais altos do
Estado, com 719 metros de altitude.
As principais
festas de Florânia são a de Nossa Senhora das Graças, padroeira do Santuário do
Monte das Graças, no dia 27 de novembro; e a de São Sebastião, padroeiro do
município, no dia 20 de janeiro.
(Fonte:
Terras Potiguares/ Marcus César Cavalcanti de Morais)
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