Extremoz
“A Vila Nova do Norte”
Nas ultimas
décadas do século XVII, reinava paz e fartura na Aldeia de São Miguel do
Guajirú, onde viviam os índios Tupis e Paiacus, em entrosamento com o trabalho
catequético dos padres jesuítas. Mas, uma Ordem Régia, do Rei de Portugal, D.
José I, mandou que todas as cinco aldeias existentes na Província e dirigidas
por missionários religiosos fossem suprimidas e transformadas em Vilas com
elementos jurídicos e administrativos de autonomia local, com seus governantes
escolhidos pelos cidadãos. Sendo assim, os padres jesuítas foram expulsos da
localidade no ano de 1757, deixando na aldeia 1.429 pessoas, ampla fartura de
gado e viveres, e mais linda Igreja da capitania. Um ano depois, em 1758, o
Desembargador Bernardo Coelho Gama Casco, fundava na localidade, a Vila Nova de
Extremoz do Norte, primeira vila do Rio Grande do Norte.
Desde o
século XVII a região tinha povoação e plantio em seus terrenos. Os holandeses,
quando exerceram ocupações no Estado, visitavam com frequência a área, e até
chegaram a pensar em dividir a lagoa de Tijuru, nome inicial da Lagoa de
Extremoz, para transforma-la em grande reservatório d’água. A ideia era fazer
com que a parte da ponta francesa e ponta grossa continuassem com água doce,
mantida pelo Rio Caratã; enquanto a parte em torno do Rio Guajiru ficaria
salobra, comunicando-se com o oceano, com a intermediação do Rio Caratã;
enquanto a parte do Rio Guajiru ficaria salobra, comunicando-se com o oceano,
com a intermediação do Rio da Redinha que, na época, oferecia condições de
passagem para botes e embarcações de fundo chato.
Em 18 de
agosto de 1855, a sede da Vila foi transferida para a povoação de Boca da Mata,
que se tornou Vila do Ceará Mirim. A execução dessa mudança foi suspensa no dia
4 de setembro de 1856, mas voltou a ser confirmada em 30 de julho de 1858.
Extremoz passou então, com sua lagoa e seus sonhos, à condição de povoado,
permanecendo assim durante 105 anos, até o dia 4 de abril de 1963, quando, por
força da Lei n° 2.876, sancionada pelo então Governador do Estado, Dr. Aluízio
Alves, desmembrou-se de Ceará Mirim e, finalmente, tornou-se município.
A cidade de
Extremoz está localizada a 16 quilômetros de distancia da capital, com uma área
de 126 quilômetros quadrados de extensão, onde vivem 22.995 pessoas, sendo
16.018 no setor urbano, e 6.977 na zona rural. Extremoz limita-se com São
Gonçalo do Amarante, Ceará Mirim, Natal, e o Oceano Atlântico.
Sua economia
é baseada na agricultura; avicultura; pecuária; pesca; extração de agua
mineral; e, principalmente, o turismo. O município ainda conta com um parque
industrial, onde estão varias empresas de grande porte, produzindo e gerando
empregos. Em Extremoz aparecem também ocorrências minerais de Diatomita, Rútilo
e Iemenita.
No
artesanato destacam-se as garrafas com areias coloridas formando imagens;
tapetes de tear; panelas e potes de cerâmica. Na culinária, o famoso grude de
Extremoz é conhecido em várias partes do país.
O turismo e
a História caminham juntos através da Lagoa de Extremoz, que tanto oferece água
de qualidade, como é adequada para a prática de esportes náuticos e para a
pesca, sendo ainda alvo de lendas e crendices populares como a da Tesoura do
subterrâneo, a da Serpente Adormecida e a do Canto do Sino. Extremoz conta
ainda com a atração turística das Praias: Redinha Nova, Genipabu, Barra do Rio,
Santa Rita, Pitangui e Grassandu. Passeios ecológicos no Sitio Arqueológico de
Genipabu; no Sitio Arqueológico das Dunas de Pitangui; no Rio Ceará Mirim; na
Lagoa de Pitangui; na Mata Atlântica; no Manguezal; e no Maceió; e, ainda, os
passeios de dromedários nas dunas. O visitante pode praticar as seguintes
formas de turismo esportivo: mergulho; vôos de ultraleve; paraquedas puxados
por buggys; esportes náuticos; e esportes radicais.
Em termos de
turismo cultural, se destacam as ruinas da antiga Vila Nova de Extremos do
Norte, nome dado a Extremoz, primeira Vila do Rio Grande do Norte. As manifestações
folclóricas ficam por conta de apresentações de Congo, Lapinha, Boi de Reis e
do famoso Camaleão.
Extremoz é
município festeiro e religioso. As principais festas da cidade são a de São
Sebastião; Nossa Senhora dos Navegantes; e a de São Miguel, padroeiro do município,
que é comemorada no dia 29 de setembro.
(Fonte:
Terras Potiguares/ Marcus César Cavalcanti de Morais)
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