Macau
“O Porto de Ama”
A povoação teve inicio na Ilha de
Manoel Gonçalves, através de Portugueses interessados na exploração e no
comércio do Sal, abundante na região. A Ilha de Manoel Gonçalves, entretanto,
passou a sofrer, no ano de 1825, processo de invasão das aguas do Oceano
Atlântico, dificultando a permanência de moradores na área. Impossibilitados de
morar na Ilha, seus habitantes partiram em busca de outro lugar, no ano de
1829, sem se afastarem da região. Encontraram outra Ilha, nas proximidades,
mais bem localizada, oferecendo melhores condições para moradia e povoamento. A
Ilha descoberta recebeu o nome de Macau, originário de palavra chinesa Amangao,
que significa porto de Ama, a deusa dos navegantes. Macau, o porto de Ama, com
o passar do tempo e com o desaparecimento por completo da Ilha antiga de Manoel
Gonçalves, foi crescendo e se desenvolvendo, consolidando-se como um forte
povoado às margens do oceano atlântico.
O povoado de Macau foi fundado
pelo capitão português Martins Ferreira e seus genros Antônio Joaquim de Souza,
Manoel Antônio Fernandes, José Joaquim Fernandes e Manuel José Fernandes; e o
brasileiro João da Hora.
Crescendo sempre, impulsionado
pela grande produção de sal, Macau foi desmembrado de Angicos e tornou-se um
novo município potiguar, no dia 02 de outubro de 1847, de acordo com a Lei n°
158, sancionada pelo então Presidente da Província, Dr. Cassimiro José Morais
Sarmento.
Um fato, entre tantos existentes
na vida de Macau, marcou o estilo desbravador e independente desse povo
acostumado aos desafios e lutas. Os mais antigos relatam que, no final do ano
de 1887, muitos escravos fugitivos e acusados de crimes estavam presos na
capital do Estado. Não havia como libertá-los por meio de habeas corpus, que só
era possível ser requerido em Fortaleza, capital do Ceará. Tinha que ser
enviado um emissário a Fortaleza, mas não havia transporte pronto e rápido na
oportunidade. Foi então que Joaquim Honório da Silveira resolveu fazer a viagem
pelo mar, enfrentando a fúria das ondas numa pequena jangada chamada Paquete. A
viagem foi feita de Paquete e, apesar dos perigos do balanço do mar, chegou ao
litoral cearense, onde o habeas corpus foi impetrado e concedido, e os escravos
foram libertados. O acontecimento virou um marco vitorioso da historia
abolicionista. Em seu regresso a Natal, no dia 3 de janeiro de 1888, Joaquim
Honório foi recebido com euforia e carregado em clima festivo até sua
residência na Rua Formosa, atualmente Ferreira Chaves.
Localizado no litoral norte do
Estado, na Região Salineira do Vale do Assú, o município de Macau está a 176
quilômetros de distancia da capital, tendo uma área territorial de 788
quilômetros quadrados, onde residem 25.700 pessoas, sendo que 18.612 vivem no
setor urbano, e 7.088 na zona rural.
Macau já viveu a febre do desenvolvimento
da produção salineira e depois teve que enfrentar o declínio de desemprego
devido à mecanização da indústria do sal. Em resposta, nos últimos anos, a
economia do município tem se tornada eclética, onde se destacam: a extração de
petróleo e gás natural; produção de sal, a maior do pais; a pesca; coleta de
crustáceos e mariscos; a carcinicultura; a atividade turística; e é rica na
matéria prima da barrilha.
O município de tantas riquezas
naturais, e forte potencial econômico é parte do chamado Pólo Gás Sal- área de
grandes perspectivas de desenvolvimento e produção localizada entre a região
salineira e o Vale do Assu – e tem a esperança de ver funcionar a grande
fábrica de Barrilha, erguida na entrada da cidade. O artesanato é representado
por peças ornamentais feitas de conchas do mar e matérias-primas do coco. O
abastecimento d’agua da cidade é feito através de adutora Pendencias/Macau, com
captação na Barragem Armando Ribeiro Gonçalves.
Percorrendo os caminhos do
turismo cultural, o visitante pode relembrar a história da terra macauense
através de monumentos históricos como a Coluna da Liberdade, erguida em
homenagem ao Centenário da Ilha de Manoel Gonçalves, com quatro metros de
comprimento por dois de largura, construído em madeira rústica, localizado em
frente à Igreja Matriz.
Sempre forte no turismo, Macau
conta com praias de extraordinária beleza natural – Barreiras, Salinas,
Camapum, Soledade, Tubarão, e Diogo Lopes; com suas antigas e modernas salinas;
velhos casarões, o Moinho dos Ventos; Museu Marinho; e Parque de Vaquejada.
Macau é a terra-mar de beleza ímpar que pode ser vista em todas as partes: nas
raras águas de cores rosa, verde e azul, que são bombeadas e transformadas em
Sal; nos cata-ventos gigantes das salinas tradicionais; e nas pirâmides de Sal.
No eco-turismo, a cidade, a cidade tem a oferecer ainda: passeios de barco;
manguezais; passeios de jangada, caíque, motonáutica e banana boat; mergulhos;
caminhadas ecológicas; e passeio de buggy nas dunas.
As manifestações folclóricas que
se destacam são o Fandango, a Chegança, o Coco de Roda, a Lapinha e o Boi de
Rei.
O Macauense é por vocação alegre
e festivo. Todo ano um grande carnaval anima a cidade, com trios elétricos,
blocos percorrendo as ruas estreitas, e muita animação na praia. Outras
festividades importantes do município são: a Festa de São Sebastião, em janeiro;
Verão 100 e o Viva Verão, o Festival de Música carnavalesca, no mês de
fevereiro; Festa das Flores (comemora a coroação de Nossa Senhora dos
Navegantes), em maio; Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, de 11 a 15 de
agosto, com procissão de barcos no encerramento; Festa do Sal, em setembro; e a
grande e tradicional festa da padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceição,
de 28 de novembro a oito de dezembro.
(Fonte: Terras Potiguares/Marcus
César Cavalcanti de Morais).
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